Uma psicóloga usou suas redes sociais para denunciar um caso de importunação sexual que viveu durante uma viagem de ônibus na Bahia. O caso repercutiu nesta terça-feira (19).
A vítima, identificada como Michelle Rios, relata que havia viajado para Ituberá, onde realizou uma palestra em um evento do Dia Internacional da Mulher. No retorno, a violência aconteceu.
Ela conta que, durante a viagem, um homem sentou perto dela e começou a fazer perguntas. Ela se sentiu incomodada, mas como havia tomado um remédio para enjoo, pegou no sono. Quando ela acordou, o homem estava em cima dela.
“Eu tinha tomado um Dramin [remédio] para enjoo. (…) Quando eu acordo é com o cara já em cima de mim. Comecei a gritar, pedir socorro, veio um passageiro me acudir”, disse ela, em um vídeo divulgado nas redes sociais.
Depois do abuso, Michelle disse que queria ir a uma delegacia prestar queixa, mas o motorista do ônibus se recusou e decidiu seguir viagem. O condutor ainda teria questionado se ela queria descer do ônibus, em um local ermo.
“Imagine você ter que viajar com um cara que tentou te abusar? Você não sabe se o cara está armado, se tem uma faca. Você ter que ficar presa dentro de um ônibus com aquele cara!”, comentou a psicóloga.
A vítima só conseguiu descer do ônibus no município de Ubaitaba, a 23,5 km do ponto onde o abuso teria ocorrido. A partir daí, seguranças da Águia Branca, empresa do ônibus em que ela viajava, a levaram até Itabuna. Lá, ela conseguiu prestar queixa.
De acordo com Polícia Civil, o suspeito, um adolescente de 17 anos, afirmou que é sonâmbulo e que caiu em cima de Michelle sem querer. Ele irá responder pelo crime de importunação sexual, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Já a empresa de transporte Águia Branca, declarou em nota que lamenta o ocorrido e repudiou “com veemência todo e qualquer caso de importunação sexual”.
“Internamente, a empresa tem um protocolo rígido, que deve ser seguido por todos os motoristas em casos ocorridos nos ônibus da empresa. A conduta do motorista está em análise considerando todas as evidências e informações prestadas pela vítima”, diz a nota.
Ainda de acordo com a Águia Branca, caso seja confirmado o não cumprimento do protocolo e a omissão por parte do colaborador, medidas cabíveis serão adotadas. A empresa não especificou quais medidas seriam essas.