A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,6% no trimestre encerrado em agosto, registrando o menor índice para o período desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), segundo dados divulgados nessa sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou ligeiramente abaixo da previsão mediana de 6,7% apontada em pesquisa da Reuters.
De acordo com o IBGE, a população desocupada recuou para 7,3 milhões de pessoas, o menor número de brasileiros à procura de emprego desde janeiro de 2015. A queda também foi observada em comparação com o trimestre encerrado em maio, quando a taxa estava em 7,1%, e em relação ao mesmo período de 2022, quando o índice era de 7,8%.
O mercado de trabalho aquecido tem mantido o desemprego em níveis historicamente baixos em 2024, tendência que, segundo especialistas, deve continuar no curto prazo.
“A queda da desocupação reflete o aumento da demanda por trabalhadores em diversas atividades econômicas, levando a taxa de desemprego a níveis próximos aos de 2013, quando o indicador atingiu seu patamar mais baixo”, explicou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.
No entanto, o cenário de baixa desocupação, aliado ao aumento da renda, acende um alerta para a inflação, especialmente no setor de serviços. O Banco Central já reagiu, elevando recentemente a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, como medida de contenção.
Nos três meses até agosto, o número de desempregados caiu 6,5% em comparação com o trimestre anterior e registrou uma queda de 13,4% em relação ao mesmo período de 2023, atingindo 7,281 milhões de pessoas. Já o total de pessoas ocupadas subiu 1,2% em comparação com o trimestre anterior e 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando um recorde de 102,517 milhões de trabalhadores.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado aumentou 0,8%, totalizando 38,642 milhões, enquanto o contingente de trabalhadores sem carteira assinada cresceu 4,1%, atingindo 14,239 milhões, ambos os números também recordes.
O rendimento médio real dos trabalhadores ocupados foi de R$ 3.228 no trimestre encerrado em agosto, comparado a R$ 3.209 no trimestre até maio e R$ 3.073 no mesmo período do ano anterior.*Com informações da Reuters